Qual a idade ideal para congelar óvulos?
- Amanda Lino de Faria Lessa
- 27 de mar.
- 3 min de leitura
Atualizado: 31 de mar.
Congelar óvulos é uma das decisões mais importantes que uma mulher pode tomar quando pensa em maternidade futura. Mas a dúvida que mais aparece no consultório é:
Existe uma idade certa para fazer isso? Será que ainda dá tempo?
Neste post, vamos conversar sobre idade, fertilidade e planejamento reprodutivo, com um olhar honesto e baseado na ciência — mas também na escuta real das mulheres que vivem essa escolha na pele.
O que acontece com a fertilidade ao longo dos anos?
A fertilidade feminina está diretamente ligada à quantidade e qualidade dos óvulos, e ambos diminuem naturalmente com o tempo.
Aos 30 anos, a chance anual de gravidez natural gira em torno de 80%. Aos 35, essa chance começa a cair de forma mais acentuada. Após os 37, essa curva se torna mais rápida. Aos 40, a chance de gravidez espontânea é menor que 10% por ciclo.
Ou seja: a idade importa muito quando falamos em congelamento de óvulos — e não apenas por quantidade, mas pela qualidade genética dos óvulos, que afeta diretamente as chances de uma gravidez bem-sucedida no futuro.
Qual a idade ideal para congelar óvulos?
A recomendação médica, é que o congelamento de óvulos seja feito preferencialmente antes dos 35 anos. Nessa fase:
- A qualidade dos óvulos é melhor;
- O número de óvulos captados por ciclo costuma ser maior;
- As chances de sucesso com a fertilização no futuro aumentam significativamente.
Mas... e depois dos 35? Ainda dá?
Sim. Muitas mulheres congelam óvulos aos 36, 37, 38 anos ou mais, e têm bons resultados. A decisão deve ser personalizada, levando em conta:
- Sua reserva ovariana atual;
- Seu histórico de saúde;
- Seus planos pessoais e profissionais;
- E, claro, o seu momento emocional.
Quais exames ajudam a decidir o melhor momento?
Se você está considerando congelar óvulos, o primeiro passo é fazer uma avaliação da reserva ovariana. Isso inclui:
- AMH (Hormônio Antimülleriano): indica a quantidade estimada de óvulos ainda disponíveis.
- Ultrassom transvaginal com contagem de folículos antrais: mostra a "resposta" dos ovários em tempo real.
- FSH, LH e Estradiol: ajudam a entender como está a regulação hormonal.
Esses exames, aliados à escuta da sua história e ao planejamento da sua vida, ajudam a construir um plano que faça sentido — pra você, não para um padrão genérico.
E se eu já passei dos 35?
Isso não significa que é tarde demais. Mas é importante saber que, quanto mais cedo o congelamento for feito, melhores são as chances.
Às vezes, o congelamento pode ser apenas uma parte da estratégia — que inclui o acompanhamento contínuo, planos de fertilização no futuro ou até mesmo a decisão de seguir outros caminhos. O mais importante é ter as informações certas na hora certa, para que a escolha seja consciente e sem pressões externas.
Planejar é uma forma de cuidar
Congelar óvulos é, muitas vezes, sobre se dar o direito de escolher com mais liberdade.
É entender que o tempo da biologia pode não ser o mesmo tempo da vida. E que não existe certo ou errado — só o que faz sentido pra você.
Quer saber se esse é o seu momento?
Se você está considerando essa possibilidade, o ideal é começar com uma avaliação individualizada.
Cada corpo, cada história e cada desejo são únicos — e merecem um plano feito sob medida.
Agende sua consulta e vamos conversar com clareza, cuidado e acolhimento.
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